Algumas enfermidades, como diabetes e doença celíaca, por exemplo, podem ser um chamariz para as problemas periodontais, caso não haja o devido cuidado; conheça mais sobre as doenças que comprometem a saúde bucal
É cada vez mais comum pessoas serem diagnosticadas com algum tipo de doença crônica, como diabetes, celíacas, autoimunes, entre tantas outras. Essas doenças comprometem a saúde bucal, pois o uso de remédios e seus tratamentos, além da própria doença, podem deixá-los mais suscetíveis às periodontites.
Por isso, toda atenção é válida. Saiba mais sobre as doenças que comprometem a saúde bucal ao longo do texto.
Diabetes e a saúde bucal
Nos diabéticos, o corpo não consegue produzir ou controlar de forma adequada a insulina produzida e a obtida por meio da alimentação. Quando o nível de glicose fica alto, é possível haver danos em órgãos, vasos sanguíneos e nervos.
Como consequência, um dos locais mais afetados é a boca, em razão da alta concentração de glicose na saliva, contribuindo para a proliferação bacteriana. Por esse motivo, os diabéticos estão mais propensos a sofrer com algumas doenças, como gengivites e periodontites.
“Outro ponto importante é que pessoas com diabetes têm a capacidade reduzida de combate às bactérias”, ressalta o dentista Paulo Nacarato, profissional que realiza tratamentos de periodontia em São Paulo há 30 anos.
Um fator a se destacar é que o cuidado com a saúde bucal pode evitar um ciclo perigoso. Estudos indicam que, assim como a diabetes contribui para essas doenças, as periodontites e as gengivites podem colaborar para o aumento da glicose no sangue, o que gera a própria diabetes.
O que fazer?
Os diabéticos devem ter controle constante da glicose no sangue – algo que precisa ser realizado com frequência, conforme orientação médica.
Por óbvio, a limpeza diária – com fio dental e enxaguante bucal – deve ser feita com mais atenção, garantindo que não haverá espaço e tempo suficiente para a proliferação das bactérias.
Doenças celíacas e a saúde bucal
Atualmente, cada vez mais pessoas se identificam como intolerantes ao glúten, isto é, impossibilitadas de comer trigo, aveia e derivados.
Essa doença, denominada de celíaca, restringe a alimentação por causar inflamação e incômodos toda vez que se consomem esses produtos.
Os sintomas não afetam só a região gastrointestinal, mas podem atingir as áreas neurológica e odontológica dos pacientes.
A doença celíaca prejudica os dentes?
Sim! A principal consequência para os intolerantes ao glúten está na esmaltação dos dentes, que fica comprometida e pode ocasionar a hipoplasia do esmalte.
O que é a hipoplasia de esmalte?
Hipoplasia é uma deficiência na formação dos tecidos, seja dos dentes, do cérebro ou do coração.
Na boca, ela afeta o esmalte, a parte que protege os dentes, alterando a sua coloração e trazendo possíveis danos estruturais, além de deixá-lo mais suscetível ao ataque das bactérias presentes na boca. Os danos podem variar de discretos a severos, chegando até a alterar a forma do dente.
O principal motivo para a hipoplasia de esmalte é a falta de vitaminas, consequência muito comum entre as pessoas com restrições alimentares.
Não à toa, muitos dos tratamentos odontológicos precisam ser realizados em comunhão com outros profissionais, sendo que, neste caso, um nutricionista é a indicação ideal.
Outras consequências
Além da hipoplasia, estudos apontam que os celíacos podem sofrer com a síndrome da boca seca (Síndrome de Sjögren), que contribui para a aparição de cáries e o acúmulo de bactérias. O surgimento de aftas também pode ser mais frequente, bem como as lesões e a ardência lingual.
Boca seca, o que fazer?
Em algum momento de nossas vidas, nós já sentimos a boca seca, seja na hora de dormir, durante a prática física, em um dia muito quente, entre diversas outras variáveis.
No entanto, existem casos no qual o sintoma pode exigir um tratamento, sobretudo quando as sensações também afetam a língua e os lábios, causam feridas e mau hálito e dificultam a mastigação.
Via de regra, o problema é um sintoma de que as glândulas responsáveis por produzir a saliva estão com alguma dificuldade para funcionar da maneira adequada. A causa da boca seca pode ser variada:
– Consequência do estresse e da vida corrida do dia a dia
– Do uso de determinados tipos de medicamentos
– De tratamentos relacionados ao câncer, como o de boca
– Da existência de uma diabetes mais severa
– Da descoberta de doenças autoimunes
– De um reflexo de maus hábitos, como o ato de fumar
Por que ir ao dentista?
A saliva tem grande importância em nossa boca, sendo responsável por mantê-la úmida e também efetuar o primeiro combate às bactérias, antes mesmo de escovar os dentes.
Muitas pessoas não interpretam o sintoma como um problema, mas, quando ela passa a atrapalhar o dia a dia, é importante procurar a causa da boca seca. O dentista vai fazer as primeiras análises e exames para determinar qual é a causa.
É possível que o profissional faça questionamentos a respeito de medicamentos que estão sendo usados no momento ou solicite testes para determinar o funcionamento da glândula salivar, por exemplo.
Além disso, o fato de a boca não estar úmida conforme deveria faz com que as infecções se desenvolvam de forma mais fácil em razão de um ambiente mais propício para a proliferação das bactérias.
A boca seca pode levar a problemas odontológicos mais graves, como as periodontites e até mesmo a perda de dentes, caso não seja diagnosticada e tratada da forma adequada.
No geral, é preciso sempre ficar de olho em relação à saúde dos dentes e da boca como um todo e atento aos sintomas que indicam que algo está errado, como:
– Sangramento fácil nas gengivas
– Gengivas inflamadas, sensíveis ou muito avermelhadas
– Se perceber que os dentes podem estar se deslocando da gengiva
– Se perceber a presença de pus
– Mau hálito persistente
– Movimentação dos dentes, com mudança de posicionamento ou espaçamento
Além das doenças que comprometem a saúde bucal
Além das doenças, outros pontos da saúde podem interferir na qualidade da saúde dos dentes e da boca. Listamos alguns fatores para você ficar atento:
Hormônios – Alterações hormonais, como durante o período da gravidez, fazem com que a sensibilidade na gengiva aumente, crescendo o risco de infecções e, principalmente, de doenças periodontais.
Estresse – O estresse e o cansaço podem intensificar atitudes involuntárias, como o ranger ou apertar dos dentes. Feitos com frequência, essas ações desgastam os dentes, podendo até rachá-los. Além de buscar meios para se desestressar, outra solução é o uso diário da placa de mordida de Michigan, que minimiza os estragos nos dentes.
Ossos – Problemas ósseos podem resultar na perda dentária! Sendo assim, verifique com frequência suas taxas de vitamina D e cálcio, importantes para manter a saúde óssea em dia.
Hábitos diários – Fumar, ingerir muita bebida alcoólica, bebidas à base de cola (como refrigerantes), muito açúcar ou alimentos com excesso de pigmentos podem prejudicar a coloração e o esmalte dentário com o tempo. Percebeu que os dentes estão amarelados?
Dê uma olhada na sua alimentação e nos hábitos diários e veja se tem como melhorá-los. É possível pensar em um tratamento de clareamento dental também.
Higienização correta – Escovação correta, desde a infância, auxilia para o crescimento de dentes saudáveis. Lembre-se dos movimentos circulares, do uso de fio dental e enxaguante bucal para uma higienização completa.
Dentista frequente – Visite seu dentista periodicamente para realizar a limpeza dos dentes, retirada do tártaro e da placa bacteriana. Aproveite para renovar as obturações, que podem se desgastar com o tempo.
Quer esclarecer suas dúvidas sobre as doenças que comprometem a saúde bucal?
Entre em contato com a Clínica Nacarato, localizada no Jardins e com estacionamento próprio, e agende um horário.