Sintomas como boca seca, desequilíbrio da microbiota bucal, lesões inflamatórias na mucosa e até a necrose do osso podem ser decorrentes do uso excessivo de medicamentos que prejudicam os dentes
O uso de medicamentos frequentes é natural na vida das pessoas, principalmente com o avanço da idade. O problema está quando esse uso se torna constante e, a depender da medicação, interfere na saúde bucal, causando boca seca, inflamações na mucosa bucal, infecções e até necrose dos ossos.
“Quando a interferência da medicação é muito grande, pode-se sugerir outros remédios semelhantes que agridam menos. Mas, em alguns casos, isso não é possível, ficando apenas os cuidados redobrados em relação à saúde bucal”, afirma Paulo Nacarato, dentista em São Paulo.
Drogas e possíveis reações
Alguns medicamentos apontam em suas bulas as possíveis reações nos pacientes que fazem uso recorrente. Entre eles, os antidepressivos, que podem causar boca seca; imunossupressores, imunomoduladores e anti-inflamatórios podem gerar feridas na boca, manchas e erosões; bisfosfonatos podem causas a necrose óssea.
“O acompanhamento multidisciplinar é importante para manter a saúde como um todo em dia. É importante cuidar do problema que requer medicação e das consequências que seu uso pode causar”, salienta o profissional.
Outro alerta está no desencadeamento de problemas bucais relacionados, como o bruxismo, o apertamento e o ranger dos dentes.
“É preciso ficar atento e procurar um dentista o quanto antes, para evitar transtornos maiores. Uso de placas de mordida, para esses casos, pode ser uma das soluções”, adiciona Nacarato.
Manter a saúde bucal em dia, com higienização constante e visita ao dentista periodicamente também contribui para minimizar os sintomas de medicamentos que prejudicam os dentes no longo prazo.
E os antibióticos?
Em nosso corpo, existe um grande número de bactérias. Muitas delas vivem em total harmonia, auxiliando em diversos aspectos, inclusive na imunidade.
No entanto, por outro lado, as bactérias podem causar uma série de infecções e incômodos e, para que as doenças causadas por elas sejam tratadas, os antibióticos são a melhor solução.
De acordo com os estudos, os antibióticos atacam diretamente as bactérias. O objetivo é não só destruir sua estrutura, mas influenciar na sua capacidade de se dividir e se ligar a outras substâncias, como as enzimas.
Outros tipos de antibióticos podem agir de modo que apenas a ação das bactérias seja inibida.
Portanto, eles são uma excelente opção para combater as bactérias, desde que usados na quantidade e modo adequados.
A relação com os dentes
No caso de uma infecção bacteriana bucal, o uso de antibióticos será uma ação fundamental para o sucesso de tratamento – já há estudos que mostram a relação entre as bactérias bucais e problemas no coração.
Porém, há um tipo desse medicamento, que conta com a tetraciclina, que deve ser evitado, especialmente até os 12 anos. Esse antibiótico pode destruir a camada do esmalte dentário, eliminando o cálcio (o que causa escurecimento ou manchas) no dente e, se o paciente estiver na fase de formação dental, pode interferir em seu desenvolvimento normal.
“Uma das indicações é de não tomar medicamentos por conta própria, especialmente os antibióticos. Nesse sentido, siga diretamente as recomendações do médico ou do profissional para evitar problemas no futuro”, explica Nacarato, que realiza atendimento odontológico em sua clínica, localizada no bairro Jardins.
Há diversos outros tipos de antibióticos, sem a tetraciclina, que podem ser indicados nos diferentes casos, evitando o problema para crianças e gestantes, por exemplo.
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